sábado, 6 de dezembro de 2008

Olhares



Olho-te nos olhos e reclamas

Que te olho muito profundamente.

Desculpa,
Tudo o que vivi foi profundamente...
Ensinei-te quem sou...
E foste-me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?

Reclamas de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.

Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver os teus ancestrais...
Nos teus traços.

A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos teus passos.

Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!

Eu não vou renunciar a mim;

Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar vivo e permanecer
Te olhando profundamente."


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